domingo, novembro 07, 2004

diluída na chuva

a chuva caiu

olhei
vi cair a chuva
ocultei a solidão do tempo

os olhos
fecho-os
e
imagino a chuva
assim miudinha caindo de raiva

imagino sorrisos no teu rosto
entre o sabor de beijos molhados

abrigo-me de ti
ou
de mim nem sei

penso que renasci nesses dias vagos
como em tantos outros dias
onde pensei que morri nas noites inventadas de nada
e que o nada era teu rosto
surgindo na passagem do nevoeiro

nada mais importa

que seja chuva ou nevoeiro,
o vento ou a madrugada,

que seja a infindável noite
ou um soluço diluído em poeiras

no tempo
quero que algo te traga


onda

2 comentários:

Instantes Perdidos disse...

Cucu,

Será que posso pedir uma segunda inspiração aos teus escritos e escrever algo belo mais ritmado com o simbolismo rico de uma rima?

Será que posso versejar o seu poema muito bem escrito?

lena disse...

podes sempre *

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...